17/02/2015 06h11 - Atualizado em 17/02/2015 06h11
Noite teve 'Águia Cristo Redentor', pouso de paraquedista e 'máscara viva'.
São Clemente, União da Ilha e Imperatriz também desfilaram na Sapucaí.
Do G1 Rio
Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca foram destaques do segundo dia de Grupo Especial do Carnaval do Rio, nesta noite de segunda-feira (16).
O
dia foi de ostentação e teve como primeiro grande momento o pouso de
paraquedistas na avenida, com sinalizadores para anunciar a entrada da Portela.
Mesclando
tradição e tecnologia, a escola que no ano passado ficou em terceiro
lugar chega com força para brigar pelas primeiras colocações. Com um
enredo sobre os 450 anos do Rio, a Portela fez um desfile-ostentação, com "Águia Cristo Redentor" se curvando diante do público e bolas-drones sobrevoando a Sapucaí.
Apesar
de problemas em evolução e alegorias, como o de um carro que desfilou
com as luzes apagadas e sem chafariz, a azul e branca foi ovacionada
pelo público e saiu da Sapucai os gritos de "é campeã".
Já a Beija-Flor
voltou às suas características, apostando no luxo e tradição em um
desfile de resgate da sua alma africana, marcado pela perfeição técnica e
alegorias e fantasias rebuscadas, com uma profusão de máscaras,
carrancas, búzios e plumas. O diferencial tecnológico veio na comissão
de frente, que exibiu escudos em formato de máscaras, que mudavam de
expressão, em movimentos comandados por controle remoto.
A
Escola procurou não se deixar abater pelo polêmica em torno do
Patrocínio recebido do país homenageado, a Guiné Equatorial, que é uma
ditadura comandada há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
"A
gente pegou um enredo para falar de um país africano, que até então
muita gente não conhecia. Nossa questão aqui é Carnaval. O regime não
nos compete. Cuba era odiada pelo mundo democrático e hoje está sendo
abraçada", disse ao G1 o Presidente da Beija-Flor, Farid Abraão.
Sem o Carnavalesco Paulo Barros (Atualmente na Mocidade), a Unidos da Tijuca veio menos impactante, mas sem abrir mão de elementos que se transformaram em marca registrada da escola.
Foi
assim com as alegorias humanas, com carros repletos de movimentos
coreografados e alas com fantasias criativas e surpreendentes. Um dos
destaques foi o carro alien, em homenagem ao artista suíço Hans Rudolf
Giger, que trabalhou com Ridley Scott no filme "Alien, o oitavo
passageiro", com aliens e imagens do filme em telões.
A
ala que retratou o acelerador de partículas tinha componentes
fantasiados com luzes de LED de diferentes cores. Com o o enredo “Um
conto marcado no tempo – o olhar suíço de Clóvis Bornay", a Tijuca
carnavalizou famosos símbolos do país como os relógios, os canivetes,
os chocolates e os Alpes, fazendo até "nevar" na forma de espuma de
sabão, no carro que tinha ainda pista de patinação no "gelo".
A Campeã do Carnaval 2015 no Rio de Janeiro será conhecida na Quarta-Feira (18). A Apuração Começa a partir das 16h45.
As
seis melhores colocadas voltam a Sapucaí no sábado (21) para o Desfile
das Campeãs. A Escola que ficar em último lugar será rebaixada para a
Série A, o grupo de acesso.
Veja os principais destaques do segundo dia de desfiles do Carnaval 2015 no Rio:
SÃO CLEMENTE
Primeira
a desfilar, a escola da Zona Sul fez uma homenagem ao carnavalesco
Fernando Pamplona (1926-2013), conhecido por seu trabalho no Salgueiro e pela renovação estética trazida aos desfiles.
Em sua estreia na São Clemente,
a Carnavalesca Rosa Magalhães apostou num desfile cheio de
assombrações, caveiras, mitos do folclore acreano que fascinavam
Pamplona, e ícones do carnaval de rua. Indo contra a atual tendência, a
escola apostou em uma comissão de frente sem elemento cenográfico, só
com componentes vestidos como pássaros, em referência ao Matinta
Pereira, personagem do folclore brasileiro.
Já a bateria teve em sua frente Rafaela Gomes, de 16 anos, a mais jovem rainha deste ano no Grupo Especial (leia o relato completo).
PORTELA
Com um enredo sobre os 450 anos do Rio, a Portela
fez um desfile-ostentação, com direito a uma "Águia Cristo Redentor" se
curvando diante do público e paraquedistas pousando em plena avenida
com sinalizadores para anunciar a entrada da escola.
A
Escola apresentou a Cidade Maravilhosa num estilo surrealista e abusou
da tecnologia. A águia-drone do ano passado apareceu de novo na Sapucaí e
um carro representando o Maracanã veio escoltado por 3 bolas-drone que
sobrevoaram as arquibancadas. A comissão de frente também causou impacto
com um enorme telão em forma de relógio derretido da obra de Salvador
Dalí. A Tabajara, como é conhecida a bateria, tocou num ritmo frenético e
contagiante, que levantou a arquibancada, e trouxe à sua frente, além
da rainha Patrícia Nery, o cantor Carlinhos Brown.
Apesar
de alguns problemas em evolução e alegorias, como o de um carro que
desfilou com as luzes apagadas e sem chafariz, a azul e branca saiu da
Sapucai os gritos de "é campeã" (leia o relato completo).
BEIJA-FLOR
A Escola de Nilópolis resgatou neste carnaval a exaltação da cultura e a alma africana com um enredo em homenagem à Guiné Equatorial. A Beija-Flor optou mais uma vez pelo luxo e tradição para esquecer o 7º lugar do ano passado e voltar a sonhar com as primeiras colocações.
A
escola procurou deixar o polêmico regime político do país homenageado
de lado e focou nas belezas do país, apresentando um desfile poderoso,
de alegorias e fantasias impactantes e rebuscadas, com uma profusão de
máscaras, carrancas, búzios, plumas, palha e sisal. A comissão de frente
veio sem elementos cenográficos. Munidos de lanças e escudos, os
bailarinos fantasiados de guerreiros formavam uma árvore na avenida. Em
formato de máscaras, os escudos causaram impacto ao trazer movimentos de
expressões faciais, controlados por controle remoto.
Outro ponto alto foi o samba-enredo, embalado pela voz única e marcante de Neguinho da Beija-Flor, que neste ano completa 40 anos de escola (leia o relato completo).
UNIÃO DA ILHA
Com o enredo "Beleza pura", a União da Ilha
propôs uma discussão sobre a vaidade e o culto ao belo, de Cleópatra e
Renascimento a selfies e malhação, em um desfile repleto de citações a
histórias infantis e desenhos animados, com direito a personagens em
versões plus size.
A
comissão de frente trouxe a atriz Cacau Protássio fantasiada de Branca
de Neve. As alas brincaram com contos de fadas, teorias de filósofos,
artes plásticas e moda, lembrando inclusive o "reino dos excluídos", com
Betty a feia, Corcunda de Notre Dame, Frankestein, Fantasma da Óperam,
Cyrano de Bergerac e o patinho feio. Na ala "desfile de moda", a
estilista Edna (do filme "Os incríveis") teve companhia de várias
modelos que eram Olívias Palitos.
Apesar
do tema beleza, o desfile não foi tão belo assim no quesito evolução:
um problema em um dos carros deixou um grande buraco na avenida, o que
pode tirar pontos da escola (leia o relato completo).
IMPERATRIZ
O
fio condutor do Carnavalesco Cahê Rodrigues, que começou como
assistente de Joãozinho Trinta ainda adolescente, foi a África de Nelson
Mandela, líder da luta contra o apartheid na África do Sul. A escola
apostou numa África "pop" com fantasias e alegorias de cores
flourescentes, inspiradas na arte africana. Uma das alegorias, que teve
Eliza Lucinda e Antonio Pintanga, tinha luzes de neon coloridas.
A Imperatriz
usou de menos tecnologias e mais elementos de cena, como acrobatas e
esculturas articuladas e de boa qualidade artística nos carros – foi
para a avenida com 3.400 integrantes em 32 alas, 6 carros e 3 tripés.
A
Jornalista Glória Maria também foi destaque, ao lado do jogador Zico,
tema da escola no ano passado. A atriz Adriana Lessa também desfilou
pela Imperatriz (leia o relato completo).
TIJUCA
A Unidos da Tijuca, Atual Campeã do Carnaval do Rio,
encerrou o Desfile do Grupo Especial com uma viagem pelos símbolos,
personagens e lendas da Suíça. A Comissão de Carnaval, formada por Mauro
Quintaes, Carlos Carvalho, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo,
mergulhou fundo na pesquisa sobre lendas da Suíça como a da flor
edelweiss, do arqueiro Guilherme Tell ou do cão São Bernardo, chamado
pelos suíços de Anjo dos Alpes, por salvar pessoas soterradas em
avalanches de neve.
O
país também foi lembrado pelas suas inovações tecnológicas, das
caixinhas de música ao acelerador de partículas atômicas. O Carnavalesco
Clóvis Bornay, filho de Pai Suíço e lendário Campeão de fantasias de
luxo do Carnaval carioca, foi a figura escolhida para ser o elo entre o
Brasil e o país Patrocinador do Desfile. A Escola entrou com 4.000
componentes distribuídos em 33 alas, 7 carros e 3 tripés. A Bateria de
mestre Casagrande veio fantasiada de guarda suíça e teve à sua frente
Juliana Alves como rainha (Leia o relato completo).
FONTE: GLOBELEZA 2015
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